Dia 15 – Grand Finale

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver” Amir Klink

Saímos do luxuoso Formule 1 de Curitiba rumo à São Paulo. Era o último dia.
Paramos pra abastecer e pau na máquina. Apenas sendo redundante, estávamos com capa de chuva ....
A viagem foi bem sossegada e sem nenhum problema. Este trecho de Curitiba à São Paulo é show de bola, excluindo a serra a partir de Miracatu. Chegando há 100 kms de São Paulo, o Costa seguiu pela estrada das Bananas margeando o litoral Paulista a partir de Peruíbe, pois ele mora em Santos.

Não há muito pra falar desta volta, apenas que nos últimos kms o sentimento de ansiedade misturado a nostalgia em saber que a viagem estava no fim.
Fiquei pensando sobre os 8000 e lá vai fumaça KMs que rodamos, todas as cidades que andamos, as pessoas que conhecemos e tudo o que pode acontecer em apenas 15 dias.
Imagine que uma moto nos levou ao extremo do continente, Santiago, Osorno, Bariloche e nos trouxe de volta sãos e salvos, é impressionante.
Ficamos 15 dias montados naquele monte de metal, principalmente a Harley, pegando chuva, sol, frio, calor e neve. Consumimos aproximadamente 430 litros de gasolina, 120 cafezinhos, 30 Jesus me chama, praticamente 1 jogo de pneus, 60 garrafinhas de água, utilizamos pesos argentinos, chilenos, dólares e Reais. Quando chegamos ao Chile gastávamos 600 pesos em uma Coca-Cola. Lembrei-me do Brasil na época do quanto custa isso ? Três milhões de dinheiros.
Quando voltei a São Paulo eu tinha oito novos amigos. Em 15 dias de viagem, você acaba conhecendo as pessoas e criando laços de amizade. Eu não poderia ter tido mais sorte do que viajar com esta moçada, todos são sensacionais, não preciso nem dizer que em 15 dias de viagem não tivemos nenhuma discussão e nem estresse. Todos nos respeitamos muito, assim como os limites e desejos de cada um, as decisões foram tomadas em conjunto e isto deu tranqüilidade a todos.
As palavras de incentivo no começo da viagem: Cara, é demais ! Depois de 500km vc vai querer parar ! Num dá ! hahahaha....Outros diziam : PQP, vai der demais esta viagem ! Queria poder ir ! Teve de tudo, inclusive orações !
Viajamos em grupo o tempo todo e percebemos a importância de ter alguém ao seu lado em uma viagem como esta quando se precisa. Tivemos mais de uma oportunidade para constatar isto.
As histórias e experiências de vida de cada um são tão diferentes e ao mesmo tempo com objetivos tão comuns. Isto não tem preço.

Lembrei do frio que passei no Sul do Continente. Que imbecilidade, viajar pra Bariloche com uma blusa de lã?! Não tinha como ser diferente !
Eu que não gostava de dirigir na chuva tive que encarar quase 7 dias debaixo de chuva, tocando em uma velocidade de 100-120 km/h...pode chover até canivete agora !
Os testes ao equipamentos foram no mínimo engraçados, calças rasgando, botas "semi"-impermeáveis, capas de chuva que vazam pelas costuras e etc. .... muito show ! As teorias ainda melhores :
-Harley faz roupa boa ! Boa mesmo !
-Antes de decidir qual a capa, conversei com alguns motoboys em São Paulo.
-Fui lá na Barão de Limeira, gastei 40 na capa e 10 contos na polaina, tá aí, firmona !
-Também, tenho esta capa há 10 anos !Tá na hora de jogar fora !
-Estas luvas amarelas de lavadeira serão um ícone em nossas viagens.
-Deixa eu passar Magipac no pé pra não entrar água na bota !

A viagem foi nota 10, deve-se apenas lembrar que você têm que gostar de moto pra fazer uma viagem desta, pois foram 8-10 horas por dia dirigindo em média.
Minha HD não decepcionou ! É o Landau das estradas ! Ou o Galaxy 500, segundo o Luís. Quando estamos trafegando em estradas decentes, a bixa vai que vai .....depois desta viagem estou mais convencido que a moto É DEMAIS ! Sem contar que onde passa, é um show à parte ! Que máquina ! Estou muito satisfeito com minha moto !
Fiquei reparando no ronco da Fat Boy do Luís que todo mundo acha alto. Eu viajava ali atrás, só pra escutar o som do motorzão de Kombi .....hahahaha....Quando ele dava aquela acelerada forte até o rim vibrava; vibrava fisicamente, ressonância...
O cuidado que o Ricardo tinha com seu equipamento era de dar gosto, todas as manhãs ele limpava a viseira do capacete, os faróis e o pára-brisa. De compensação a minha parecia um insetário....

As BMs sem comentários né, puta de umas motos, as bixas vão que vão e haja motor ! Puro conforto ! Um comentário adicional vai pra F800 do Costa, que ronco que tem aquele motor ! Muito bacana ! Só ouvindo mesmo !
Apelidei a do Chiquito de Camelo. A moto roda 700 km com um tanque de gasolina e não pára de jeito nenhum !
O importante é que todos chegamos bem, sãos e salvos !
Sentimos falta dos nossos companheiros que participaram de todo planejamento da viagem e que infelizmente não puderam nos acompanhar, Fabio Griciúmas e Nery. O Fabio Griciúmas nos acompanhou durante toda a viagem, foi se despedir em nossa saída e se prontificou a nos ajudar caso precisássemos de qualquer coisa ! Valeu !
Fiquei muito feliz em saber que as pessoas estavam nos acompanhando pelo blog ou twitter durante todo o trajeto.
Agradeço as orações, as palavras de incentivo e todo o resto.

Dia 14 – Não posso ficar, nem mais um minuto sem vc ....sinto muito amor, mas não pode ser ....moro em Jaçanã .....

Introdução, vide dia 1 a 13.
O Objetivo do grupo era distinto. O Luís e o Ricardo já sabiam que chegariam em Itajaí na sexta mesmo. O Chiquito insistia que deveríamos ficar em Curitiba e no fundo eu pensava: São Paulo ainda hoje, meio tarde mais acho que dá !
Doce ilusão a minha. A serrinha da BR-116 consumiu tempo demais. Não dava pra acelerar muito. Quem tem Harley sabe que o limite é a pedaleira ....hahahha...
O dia amanheceu até que bonito, do lado direito do sol estava limpo e do lado esquerdo, aquele cinza... pensei: Tomara que nossa direção seja à direita.
Este pensamento demorou dois minutos até eu me lembrar das aulas no primário onde o sol nasce no leste, logo, iríamos pra Nordeste....catso...era o cinzão que acabei de mencionar...mais chuva ....
Fomos sem capa mesmo, quero dizer, colocamos as calças plásticas ( capa de chuva, não fraldas ). A serrinha continuou surpreendendo, o visual e as curvas eram fantásticas ! Mas como o que é bom dura menos que gostaríamos, começou a chover ....
Toca fazermos o ritual tudo de novo. Eis que vem a surpresa, que o Costa chamou atenção:
-Pô Chiquito, veja se os caras de Harley tem saco de lixo amarrado no pé ! Assim não dá né !
Esta chuva valeu pra tirar esta foto aí :

Continuamos e a serra ficou ainda mais espetacular ....mas tirei a mão, pois com chuva, veículo de duas rodas projetado pra cair, já sabe né ....
Foi tudo bem até chegarmos em mais uma cidade planejada. Planejada pra rodovia cortar bem o meio da cidade e ser aquele inferno de trecho urbano !
Bom, passamos galinhas, corcéis 82 zerados ( zero de lata, só ferrugem ), pedestres atravessando a pista , um zilhão de rotatórias até que deu merda né...
Um infeliz à frente do Luís, em uma fiorino, travou os freios pra não bater num Monza. O Luís atrás teve que “alicatar” os freios pra não bater e por azar estava em cima da faixa de pedestre, sabão puro, a moto rabeou e aí ele foi pro chão.
Por sorte, não aconteceu NADA com ele nem com a moto. Eu vi o tombo na minha frente e foi pura besteira. Portanto, lembre-se que todo cuidado é pouco!
Ajudei-o a se levantar, ele sacudiu a poeira, deu check-up na moto e tocamos o barco. Seguimos até um posto Shell alguns Km em frente, perto da entrada para Lages onde nos despedimos do Ricardo e do Luís, pois as rotas eram outras.

Costa, Chiquito e eu prosseguimos sentido São Paulo. Fizemos bem 400 km, mas perto de Curitiba, a chuva apertou demais e tivemos que fazer várias paradas, uma vez que estávamos perto do Elo Perdido, quero dizer, Paraná. Baita céu de Brigadeiro e de repente, puta tempestade! Só faltou o tchaka !
Em uma dessas paradas o Costa achou a cabana do Pai Tomé, onde paramos pra esperar a chuva passar e tomar um passe também!

Os 90 km restantes para Curitiba se tornaram 400 km, demoramos 3 horas para percorrê-los, bye bye São Paulo na sexta. Ficamos em Curitiba.
O Costa e o Chiquito sugeriram o jantar no Bairro de Santa Felicidade, onde comemos um rodízio de massa e uma entrada de frango no alho deliciosa!

Era a última noite de nossa viagem sensacional !

Dia 13 - TERRA ADORADA, ENTRE OUTRAS MIL, ÉS TU,BRASIL, Ó PÁTRIA AMADA! ...

Mais chuva .....
Vide dia 1 a 12 ( Acordamos...bla bla bla ) e tocamos em direção à Porto Alegre, com a esperança de alcançarmos Florianópolis hoje.
Pegamos a BR-470 e tocamos em frente até a cidade de Rio Grande, local de fundação do estado, um pouco antes de Pelotas.
Após a parada em um posto de gasolina, alguém que eu não sei quem, achou um “atalho” para pegar a BR-101 e economizar 100km em direção à Florianópolis. Estou contando a história em terceira pessoa, pois foi assim que participei da mesma.

Andamos até a balsa que nos levaria ao atalho. Infelizmente, não era um atalho, a balsa saíria somente às 13 horas e quando chegamos lá, não era mais que 11 horas. Por sorte ou azar, conhecemos uma pessoa que estava fazendo o mesmo trajeto e possuía negócios em Itajaí e nos deu uma descrição precisa e detalhada sobre os prós e contras de irmos por aquele caminho. Não preciso nem dizer que fiquei P da vida quando descobri a trapalhada toda, mas tudo bem !

Bom, voltamos os 20km, ou seja, 40km no total em direção à BR-116. Objetivo : Porto Alegre.

DEITADO ETERNAMENTE EM BERÇO ESPLÊNDIDO,
AO SOM DO MAR E À LUZ DO CÉU PROFUNDO,
FULGURAS, Ó BRASIL, FLORÃO DA AMÉRICA,
ILUMINADO AO SOL DO NOVO MUNDO!
DO QUE A TERRA MAIS GARRIDA,
TEUS RISONHOS, LINDOS CAMPOS TÊM MAIS FLORES;
"NOSSOS BOSQUES TEM MAIS VIDA,"
"NOSSA VIDA" NO TEU SEIO "MAIS AMORES".

Transitando pelas estradas do Brasil, pude constatar o porque deste trecho do Hino Nacional, PQP, imbatível ! Fantástico ! A paisagem era DEMAIS. Vimos muitos cenários bonitos, paisagens lindíssimas pela variedade e de não estarmos familiarizados com neve, clima desértico e tal, mas em Terra Brasilis, PQP, demais!

Estávamos apreensivos com a opção da BR-116, pois quem tem a fama, deita na cama....
Porém, grata surpresa. A estrada é excelente e vale a pena trafegar sobre ela. O trecho a partir de Porto Alegre é INACREDITÁVEL ! Sinuoso, asfalto de boa qualidade e o visual é lindo.

No início é meio coxa, creio que até Canoas, mas depois é muito legal. Para se ter uma idéia em termos de comparação, é algo como SP-Serra Negra.

Uma ressalva a respeito da idéia infeliz de se construir a cidade em torno da estrada. PQP. Em todas as cidades você tem que parar, passar por trecho e urbano, participar daquele joguinho de Atari bem antigo chamado FreeWay, e só depois seguir viagem.
Resolvemos dormir em Caxias do Sul. Dá-lhe Ibis....

Até amanhã !

Dia 12 – BuqueBus, Montevidéu, Amauri Junior e Chuy...

Como de praxe, acordamos cedo e pneu pra que te quero ....

Pegamos o BuqueBus para Montevidéu. Nome bonito né, BuqueBus, pra quem não sabe, é uma balsona tipo Iguape-Ilha Comprida que vc morre com R$300.
Brincadeira, é uma balsona com serviço de bordo, cadeiras e super confortável, poderia dizer que é uma Balsa-Leito ( ônibus leito ) . Como somos “chique-no-úrtimo”, fomos de primeira classe, que é igual à segunda. Quando compramos os assentos não havia lugares na segundona. As três horas foram muito úteis, escrevi sobre mais um dia de viagem, conversamos sobre várias coisas, dormimos e chegamos à Montevidéu.
Vale a pena pegar a balsa, quero dizer, o BuqueBus, é bem legal ....
A viagem estava “straight to the point” demais neste ponto, houve um momento em Buenos Aires onde o grupo decidiu que daquele momento em diante o importante era voltar, a parte de turismo já era. Assim sendo, passamos por Montevidéu e tocamos pra Punta. Mais que rapidinho estávamos em Punta. As estradas são muito boas e demos uma apertada boa também.

Chegamos em Punta e paramos para algumas fotos. O lugar é bem legal. Vale conhecer. Tem uma parte que começa “chique no úrtimo”, depois vai dando uma “varzeada” e no centrão eu o apelidei carinhosamente de Mongaguá (hahaha, o sarcasmo faz parte né ). Tiramos algumas fotos com o seu próximo proctologista e tocamos pro Chuy.
Pegamos uma chuva lazarenta só pra variar .....Lembram-se do desenho onde a nuvem acompanha a família Adams ( Suponho que era o desenho da Familia Adams) ? Era igual... A bendita não nos deu um tempo...

A visão da estrada era diferente, já não víamos aquela visão “xoxa” de alguns dias atrás, há muito verde e a variedade da flora é sem dúvida incomparável.
Chegamos à reserva do Taim, bem legal e muito bonita também, mas debaixo de chuva é claro.

Cruzamos o Uruguay em um dia e chegamos ao Chuy...do Oiapoque ao Chuy ...hahaha....
Paramos pra comer uma Pizza na pedra, bebemos uma Patricia e fomos ao hotel descansar. O próximo dia tem como objetivo chegarmos à POA ou Florianópolis.

Tivemos um debate sobre se deveríamos pegar a 101 ou 116 ? Estava irredutível em escolher a BR-116, pois o Wlamir, Felipe e Afrânio haviam passado no trecho que ia até Torres e nos recomendaram não fazê-lo, pois há muitos desvios devido às obras e duplicação. Inicialmente acordou-se então de irmos pela BR-116.

O hotel saiu caro, R$65 ( ???? ) com café da manhã e quarto “Single”. Não ouvi, mas suponho que o motor de Harley-Davidson funcionou em alta rotação .....

Dia 11 – Tango à vista!

Seguimos da cidade de Três Arroyos para Buenos Aires. O plano anterior era chegarmos a Mar Del Plata e não Três Arroyos, mas como a chuva não aliviou em nenhum momento, decidimos que ao invés de irmos à Del Plata ficaríamos em Três Arroyos.

Como não queríamos atrasar o cronograma fomos direto à Buenos Aires. A chuva aliviou um pouco, mas continuamos “ensacados” nas capas, polainas e luvas contra chuvas. A estrada começou a ficar pior que as outras, algumas imperfeições eram percebidas e pegamos alguns caminhões também.
Chegamos à Buenos Aires por volta das 14:00 hs, debaixo de um baita calor, fizemos sauna durante alguns minutos até pararmos para a prática do efeito cebola ( tira-se a roupa em camadas ).
Logo na entrada da cidade parou uma CG/YBR/Suzuki/ETC do meu lado e começou a falar:
-Andale, andale, andale, isso aí Brasil, que legal ! De onde vcs vieram ?
Achei estranho, pois o ANDALE ANDALE ANDALE de sempre passou a ser compreensível!
De fato, estabeleci uma conversa e depois que caiu a ficha: Eu falava Português! Notei que havia uma bandeira brasileira cobrindo o tanque e pensei novamente nas seguintes alternativas:
-1)Será que ela fez o mesmo trajeto que a gente numa CG ?
2)Pretendia fazer e a moto parou por ali?
3) NDA.
Continuando...
A entrada em Buenos Aires parecia uma parada cívica!
-Lenta. Porque havia uma manifestação dos paneleiros em La Calle 9 de Julio ! ( Eu acredito que aquilo não era manifestação, pois ninguém faz tantas assim. Eles são barraqueiros mesmos ).
-Atração. O escapamento da Fat Boy do Luis impede que qualquer um em cima daquela moto passe por despercebido, junto com o meu que não é muito silencioso também, além de um monte de bandeiras do Brasil amarradas na bagagem.
-Vibração do Povo. Passou um maluco gritando no meio da rua: Brasil! Brasil! Brasil! Brasil! Ficamos sem saber o que fazer, se gritávamos juntos, se permaneceríamos calados, se deveríamos chamá-lo de Ijo de P@$%#¨.....ficamos pasmos e quietos !
Fomos procurar um Ibis.....demoramos um pouco para achar, pois já viu, em Buenos Aires e com o GPS do Chiquito ..... Pergunta-se daqui e acolá, chegamos no Ibis.
Neste ínterim, mais uma conversa interessante contendo as clássicas perguntas: De onde são ? De onde vem? Pra onde vão? Quantas cilindradas? Quantos dias e depois a derradeira e até o momento inédita : Tines una moneda ?
-Si, La tengo. Pero es mia !
Continuo com minha teoria de que começarei dar esmolas quando alguém me parar no farol e me disser: “Senhor, toma aqui um trocado pra você!” Sem eu pedir é claro.
Pensei comigo, esse cabeça de Totem demorou esse tempo todo preenchendo uma ficha pra pedir uma moeda ? Ele que deveria me dar pelo tempo que desperdicei com ele ....hahahahaha
Sem demora, guardamos as malas e descemos para andar pela cidade, pois andar é sempre bom, principalmente após 11 dias em cima de uma moto.... Você deixa de ter um sistema circulatório para ter um sistema repositório ...
Conheçam Buenos Aires ... não vou descrevê-la.
Conversamos sobre o tempo que tínhamos disponível para Buenos Aires, alguns membros do grupo gostariam de permanecer por mais tempo, outros menos, outros eram indiferentes e por fim, decidimos continuar com o estilo “Nem te vi de viajar”....
Demos uma volta em La Calle 25 de Marzo, em La Plaza de La Republica, en La Rua Derecha e despues para Puerto Madero.
Desfrutamos de uma bela carne no extinto La Caballeriza, isso mesmo, mudou de nome. A costela que eu comi era do tamanho de um fêmur... mas mandei ver ! Era um desafio a ser conquistado... hehheehe ...
Passamos no Café Tortini ( Estava com muito sono para lembrar do nome certo, super tradicional, desde 1836 e, sem considerar os garçons, eu não vi nenhum argentino lá dentro). Por um momento, o confundi com o Franz mesmo.....só Brazucas .... Mas bem legal, tem que ir !
O show de Tango passamos para a próxima!

Dia 10 - Chuva pra quê ?

Hoje, foi dureza.
Levantamos cedo e saímos da cidade denominada de Choele Choel.
É no * da Argentina. Em frente ao hotel 5 estrelas que pegamos, existia o Casino Crown. Fomos ao Cassino para jantar e descobrimos que o cassino era na verdade o que conhecemos como bingo, incluíndo as velhinhas nos caça-niqueis. Nosso hotel também conhecido como Ceferino era "muy lindo", de acordo com um morador local.
Após dormir nele pensei : "Imagine o hotel que o sujeito acha feio".
Mas para o propósito, ele serviu bem.
A programação original era chegarmos a Mar Del Plata, completando 700km de viagem.
O dia foi chato a lot. Muita estrada e uma chuva dos diabos do amanhecer até a hora que paramos a moto.
Foi ferro demais hoje! A moto rabeava o tempo todo e todas as curvas eram um frio na espinha.
Apesar disto o ritmo foi bom.
Hoje não tem foto, nem histórias e nem causos.
Paramos antes do planejado, paramos com 500km. Tava duro demais continuar e depois de um susto que eu tomei, decidimos parar e continuar a viagem amanhã. Todo mundo bem e até as próximas atualizações.
Abs a todos!

Dia 9 - Terra Del Fuego

Estava muito frio em Campos do Jordão. O frio cortava a alma! Não dava trégua e não havia agasalho que ajudasse.
Ainda bem que o Chiquito tinha um cachecol sobrando, pois eu o aceitei sem titubear. Perdi minha "pescoceira" quando fiz a Aduana nas Cordilheiras dias atrás.
Demos uma volta em Campos do Jordão, paramos no posto de gasolina e decidimos NÃO ABASTECER depois do frentista dizer :
-"Hay muy postos de gasolina fuera de Bariloche en la carretera ".
Fomos embora....
A estrada saindo de Bariloche é espetacular, façam este trajeto de moto ou carro, vale cada km. É demais.
As curvas são convidativas e dei uma apertada no cabo....
Parava de tempos em tempos para "sacar las photos" e depois apertava para andar junto ao grupo.
No odômetro os kms aumentavam, 100, 120, 140, 200, 250 e pensamos : Vai dar merda ! Vamos ficar sem gasolina no meio do nada! NADA mesmo ! Num tinha nem "calango" naquele lugar, pensei sobre todas as apertadas que eu dei e provavelmente seria o primeiro a ficar sem gasolina.
Parei no acostamento e acertei com o Chiquito que ele teria que puxar mais para ver se achava um posto e caso não chegássemos em tempo razoável ele voltaria com gasolina.
Andamos mais alguns kms com as luzes da reserva já acesas e nada do maldito posto.
Paramos no acostamento para consultar o GPS do Chiquito ( useless ) e descobrimos que havia um posto em uma cidade de primeira, chamada Pedra Del Aquila, alguns kms a frente.
Bom, após o frio na barriga e o descobrimento do porque a região se chama Terra Del Fuego ( o povo fica sem gasolina e atea fogo no próprio corpo pra tentar se esquentar ) colocamos gasolina e seguimos em direção a Nauquem.

Chegamos em Nauquem e dissemos : Nauquem ninguém aqui ?
Abastecemos e continuamos até o * da Argentina, para um cidade chamada Choele Choel.
Fui....

Dia 8 - Dá-lhe BMV

Estávamos no café quando aparece o Costa :
- Ferrou, ferrou ! Ferrou tudo! Deu merda ! Deu merda !
Pensamos: "Mas que diabos foi agora", o que foi desta vez?!

Vejam o vídeo abaixo é auto-explicativo:



Após solucionado o problema como auxIlio das devidas ferramentas, martelo, funil, força e a bíblia, nós fomos em direção à Bariloche.
Estava com toda a roupa possível "on me".
Amanheceu chovendo e já pensei : " Vai ser ferro hoje ! ".
Esta chuva nos acomponhou o dia de viagem todo.
PQP, tornou a viagem deste dia um martírio. As mãos estavam congelando o vento era tão frio que eliminava qualquer possibilidade de curtir a viagem.
Fizemos a aduna e seguimos para o lado Argentino. Surgiu-me uma pergunta:
"Demos saida do Chile e andamos kms até a Argentina, a quem pertence este meio ? Suiça ?"
Começamos a subir as montanhas para Bariloche. A temperatura caia cada vez mais e cada vez mais eu passava mais frio. Subia e esfriava, eu sofria e congelava. Assim fomos até o culme quando finalmente chegou no 0,5 grau.
Gostaria de ter curtido mais esta passagem, porque demos muita sorte. Começou a nevar enquanto cruzávamos a montanha. Foi um cenário inesquecível por várias razões :
1) Neve em torno da estrada.
2) Estar cruzando a neve de MOTO.
3) Cenário lindíssimo.
4) Um frio INSUPORTÁVEL.
5) Meus dedos da mão estavam roxos.

Chegamos na aduana Argentina maravilhados com o que vimos e eu desesperado com o frio que estava sentindo.
A estrada após a aduana era bem legal para tempo seco, com aquela neve e garoa, tava um sabão.
A moto derrapava demais e realmente fique tenso, pois eu acelerava e rabeava. A experiência foi diferente para cada um. Eu não via a hora de chegar, estava ferro.
Após cruzarmos as últimas montanhas, chegamos a uma planície perto de Bariloche. Outro cenário fantástico e indescritível.

Finalmente, chegamos à Campos do Jordão

Dia 7 - Ninguém escapa das profecias Chiquitianas

Andale andale andale.....
Acordei mais cedo pra ver o que havia acontecido com minha moto e tomei um maravilhoso desayuno no motel, um delicioso tang e um sache de biscoito.
Me arrumei após pedir "permisso" para as moscas e fui à moto. Yo hay miradola e pregunté: ¿Que te passas C@#*jo ?
O Luis deu um toque que os fusíveis da moto se localizavam embaixo do banco.
Bom, como citei antes, a HD é um fusca sobre duas rodas e assim sendo demorei exatos 97 segundos para "sacar" o sissy bar, o assento traseiro e o meu. Encontrei a "caixa de fuzis" e lá havia um sobressalente. Substitui o "fuzil" e pronto, estava lá minha menina funcionando de novo. Depois desta viagem, estou convencido que a HD ROCKS.
Montamos a mala e "listo".... Andale andale andale.....
Rumamos em direção à Osorno.
Que estrada fantástica.....dava sono de tão boa, reta e sem "desafios". Fora as paradas nos postos e o café de sempre, não há muito a dizer.
Quando chegamos próximo a Osorno, ins 300km, as brisas da Patagônia foram ligadas novamente. Que frio lazarento.
Ali começou meu calvário. Não havia roupa que aliviasse o frio. Meus dedos estavam literalmente duros de frio. Minha única ação foi colar no Chiquito a 120/130km impedindo-o de andar mais devagar, pois queria que aquele tormento acabasse logo e para minha sorte, ele pensou o mesmo.
Na estrada começamos a sentir um cheiro gostoso de lenha queimada.
Pensei comigo : "Catso, quem tá queimando lenha esta hora?
Prosseguindo com a viagem, comecei a notar que em todas as casinhas que viamos tinha fumaça saindo da chaminé e eu nem me dei conta que esta era a causa do cheiro de lenha queimada.
Aos poucos, o cheiro ficava mais forte e passou a ser asfixiante, pois era muito forte e em grande quantidade.
No último pedágio antes de Osorno, passamos um-a-um como de costume e parei a moto, quando de repente ouvi um CATAPLAF....eis o Costa no chão, que segundo ele, o pezinho da moto voltou (????)
Voltou como Ca@#*jo ? Voltou nada. Foi o Chiquito, amigo do Bento Carneiro, Vampiro Brasileiro," que largou umas maldição em cima doceis"
No domingo, o Chiquito subiu no seu "camelo" e quase ao mesmo tempo o Luis virou a Fatboy dele para liga-la. O pisca da Fat pegou embaixo da mala da BM do Chiquito e literalmente o arremessou da moto. Dois dias depois ele soltou a pérola : "Nossa, sábado foi o Nery, domingo fui eu, segunda-feira foi o Luis e o Hachide, só falta o Costa e o Ricardo.
Bom, mais uma vez, Chiquito Carneiro, profetiza mais um acontecimento.
Lá estava o Costa no chão. Paramos todos para ajudar e por sorte não havia acontecido nada a ele.
Chegamos a Osorno, lugar feio da peste, pegamos um hotel e lá se foi mais um dia. Fizemos 901 km, mas nestas estradas seria possível fazer 1300km.
Abs e até amanhã.

Dia 6 - Não há rotina para um dono de HD

O dia começou bem, pois a noite terminou mal.
Como tudo que é bom dura menos que gostaríamos, a noite do hotel Vale Andino era na verdade , uma excursão da Stella Barros.
Excluíndo-nos do hotel, sobravam apenas a excursão da Stella Barros; falando em Barros, nem conto viu; dois brasileiros aloprados que estavam fazendo nosso trajeto, só que em sentido oposto, de bicicleta. Não preciso nem citar que foi aquela zona a noite toda.
Entretanto, meus big super power protetores auriculares me salvaram.
Bom, acordamos bem cedo e fomos rumo à Cordilheira e então Santiago para uma parada técnica, troca de óleo e do cabo de acelerador do Luis.
O cenário é magnifico, como vcs verão nas fotos.
A primeira parada foi na entrada do parque Aconcágua que foi precedido de um frio danado durante o trajeto.
O interessante de cruzarmos a cordilheira é o fato de que ela começa a te envolver e quando percebe vc está no meio dela. As curvas túneis e paisagens são um show a parte.
Fizemos uma parada para compras e fundamos o grupo músico-cultural "¿O que te passa? Car@#*@.... ! ".
Após longos minutos de elucubrações, descobrimos que aqueles músicos peruanos/chilenos/ bolivianos são de fato, uma rede franquia, pois qq lugar que vá podemos encontrá-los com aquelas malditas flautas, cds à venda e as tocas de lhama.
Bom, seguimos ao Chile e quase cozinhamos em cima da moto. Pois estava super frio em cima e quando começamos a descer já no Chile a temperatura estava perto de 30 graus.
A entrada no Chile não surpreendeu muito, mas após alguns kms, a coisa mudou de figura.
A visão da Cordilheira ao fundo com os picos ainda com neve em contraste ao verde das vinícolas e pinheiros ao redor da estrada, sem dúvida tornaram a paisagem ainda mais bonita.
Na carreteira, fomos em torno de 120km/h até chegarmos em Santiago.
Santiago é muito bonita, ruas largas, toda arborizada e muito bem cuidada. Até o momento não ouvimos flautas. O transito já não tão organizado como a aparência tornou nosso passeio menos agradável.
Chegamos na Harley para trocarmos meu oléo e o cabo do acelerador do Luis.
O trabalho demorou três horas e custou uma bagatela....$150.
Em comoaração com a Izzo, que deveria se chamar Uzi; a arma: já que sempre é um assalto.
A minha moto foi lavada e nem a vi sendi limpa e quando vi, comentei com o Chiquito, que profetizou: " Não se lava moto em viagem Hachide". Mas num fui eu né, então não tem problema né.
Lembrei-me que um pouco antes de sair para esta viagem, precisei trocar a lâmpada do farol de milha e como sempre deixo pra última hora, fiz aquele "selvisso" meia boca, pois vi que existem duas borrachas de vedação para as lâmpadas, para o caso de chuva.
Quando vi isto pensei : " vai dar merda", mas mandei bala, fechei os faróis e ignorei o fato, sem ainda citar que o Marcão, ex-mecânico da JK recomendou um par de Super Brancas, 55w cada face às originais de 35w.
Bom, como a noite estava agradável, o devorador de estradas, insaciável no desejo de rodar, sugeriu que fôssemos até Rancágua, mais 90km de noite. Topamos.
No caminho de Roncágua, pensei : " vou acender minhas super brancas". Quando o fiz, todas viraram super pretas. A moto apagou e lá se foram TODOS meus faróis.
Primeiro lembrei da profecia do Chiquito, depois das borrachas de isolação dos milhas que eu não isolei e depois da maravilhosa sugestão das super brancas do Marcão.
Como não sei ao certo qual foi a causa, a agua ou os 55w das super-brancas, mandei um FDP pro Marcão, um pro meu trabalho em não vedar as lâmpadas, pra profecia do Chiquito e pra situação em geral.
Seguimos em comboio até um hotel, porque justo hoje, estavamos rodando a noite.
O carro de suporte da auto-pista nos sugeriu um hotel e inclusive nos levou até ele.
Quando chegamos lá, era um motel da pior qualidade, porém pra quem não tinha nada, tava otimo.
Bom, dormi né. Mesmo com as moscas, o cheiro de motel e a aparência "fantástica" do negócio.
Até amanhã.

Dia 5 - Boring followed by Incredible

Saimos de Rio Cuarto para Mendonza.
Pegamos uma autopista reservada para nós.
Muitos kms rodados sem nenhuma surpresa, imprevisto ou excitação. Só estrada e km pra tras.
O fato de destaque foi trafegar em uma rodovia, pista dupla pra cada sentido, de qualidade excelente por várias horas e muitas retas.
Ao invés de dormir em Mendonza, decidimos dormir em Upaslata, no pé da cordilheira. O final deste dia foi emocionante, pois avistamos a cordilheira muito antes de chegar à cidade.
Tiramos algumas fotos e tocamo pau...
A paisagem chegando às cordilheiras é indescritível!!
Algumas fotos e vídeos serão disponibilizados em breve.....

Dia 4 - A revanche

Saimos de Federal em direção à Rio Cuarto, creio que seria 600km no planejamento.
O dia foi tranqüilo e nenhum incidente que nos atrasasse.
Foi tudo bem e um dia apenas cansativo.
Passamos pelo túnel embaixo do Rio Paraná, túnel este que não tem nada de mais, já em Santa Fé.
A cidade de Sta. Fé é bem arrumadinha e lá tivemos o ponto alto do dia : " A BMW do Chiquito quebrou.....".
Na verdade, ela soltou o coletor de ar do motor. O reparo foi tranqüilo, mas imaginem a gozação... As Harleys andando, com intervenção de bicicleteiros, gomeiros, etc e a BM me pára ?!
Lembrei-me do comentário do Fabio Griciúmas : "A HD vc precisa de uma caixa de ferramentas e um banquinho, para apertar os parafusos ao fim da viagem. As BMs uma bíblia e um celular. O celular para ligar para BM. Se o celular não funcionar, usa a bíblia e reza para conseguir um guincho."
Desta vez, isto não foi preciso. Encaixamos a mangueira de volta ao bloco e pau na máquina .
Pra variar, todo posto de gasolina os andales andales andales derrubam gasolina, é simplesmente impressionante.
E se disser aos andales: "Pongala con atención " eles entendem : " Derubala, seu cabezon".
Dureza...
Encontramos um brasileiro lá na PQP, um pouco antes de Rio Cuarto, acreditem ou não, o cara estava vendendo redes ! Isto mesmo , redes de deitar, aquelas de pendurar na parede ! Inácreditável !
Chegamos a Rio Cuarto.
Acabamos jantando em uma cantina italiana onde eu fiz a cagada de pedir uma Costilla de Cerdo com ovo e papas al murro.
Chiquito e o Ricardo pediram uma massa que me mataram de arrependimento em pedir lo maldito cerdo....
O quarto era uma desgraça completa, apertado, sem espaço pra nada e o banheiro era: um banho, uma piscina.
Mas foi o que deu! Rio Cuarto parece Cuba, 30 anos atrasadas. O que se vê de carro e prédio velhos aqui é um absurdo.
Fui.....

Dia 3 - Harleys, O fusca em 2 rodas.

Here We go again....
Acordamos bem cedo hoje para tomarmos cafe.
O Nery, que já sabíamos que não acompanharia-nos, se juntou a nós para o café e só pra variar, explorou mais alguns fatos a respeito de nossos colonizadores.
O dia seria corrido, pois o fato de não dormirmos em São Borja nos atrasou um pouco. Entretanto, seriam alguns kms a mais apenas.
Desejamos sorte ao Nery neste retorno para casa e com certeza sentiremos falta de sua presença nesta viagem.
Seguimos em direção à São Borja.
A viagem foi bem tranqüila até a entrada para a Argentina quando de repente, o Luis pára no acostamento em frente à churrascaria O Crioulo com algum pau em sua moto; Harley.
Todos paramos e fomos ver o que havia ocorrido e pudemos constatar que foi o cabo do acelerador que havia se rompido. Lá vamos nós de novo. A viagem é como kinder ovo, todo dia uma surpresa nova.
Saímos atrás de um mecânico para podermos seguir viagem e achamos um, o Gerson, especialista em Harley-Davidson, pois tinha várias fotos, posters e já havia ouvido falar a respeito.
Eu e o Chiquito já chegamos com o diagnóstico do problema: " Tem cabo de acelerador aí ? ".
O Gersão respondeu :
- Bah tche, mas sim têm! Qual tamanho que precisas ?
Indicamos o tamanho e Murphy nos contemplou com sua presença. Obvio que não tinha.
Mas como nosso mecânico não era qq um e sim o Gerson, o camisa 10, ele já nos indicou uma solução:
- Bah tchê ! Vamos colocar um cabo de bicicleta, acredito que dá !
Diagnosticado o problema, o Gersão foi comprar o cabo de bicicleta enquanto eu e Chiquito seguimos à procura de uma bandeira do Brasil que há tempos eu namorava, após dias vendo a do Chiquito trêmula durante a viagem, fiquei com inveja.
Saímos em São Borja e após vasculharmos a cidade foi possível achar uma num tamanho legal em uma papelaria.
Quando voltamos para encontrar o Luis e o Ricardo, a moto já estava consertada pela fortuna de R$20. Uma vez consertada a fatboy seguimos em direção à Argentina.
Bom, as estradas Argentinas estão em outro nível, tapetões e retas intermináveis. Tão boas e retas que chegavam a entediar.
A paisagem extremamente árida e o clima estava muito seco. A visão das estradas eram interessantes, porque as planícies iam até onde a vista alcançava e os campos uniformes em suas cores.
Após o meio dia, o sol judiou muito e haja água para beber.
Éramos um nuvem de terra em cima da moto. Os ventos eram fortes e podíamos ver a inclinação na moto da frente durante um longo período.
Fomos até Federal neste dia. Chegando em Federal, mais uma surpresa, o pneu da minha moto furou. Dá-lhe "gomeria".
O furo no pneu da moto do Nery no sábado serviu de aprendizado e o reparo fui muito mais rápido. A roda foi retirada rapidamente para ser levada ao Gomeiro.
Chegando no "gomeiro", para minha surpresa, não havia prego, mas sim um furo na camâra. Perguntei ao gomeiro:" ¿ Que passó carajo ?
Ele disse;
-andale andale andale...
Disse não entender, e ele respondeu :
-andale andale andale...

Coincidentemente, esta era a única frase que ouvia na Argentina...ou melhor, que eu entendia....igual ao desenho do Snoop com sua professora.
Dormimos num quarto 1/10 de boca. O banheiro era péssimo e de Federal, a cidade só tinha o nome.

Inté amanhã !