Seguindo em frente - Rumo à Iquique

Saudações andinas... flauta ao fundo... Digamos, uma sinfônica.
Tudo ótimo por aqui, porém com muita aventura... mesmo!


[…] ( Leia a postagem anterior, último parágrafo ) .Afinal, muita coisa pode acontecer durante a viagem, ou talvez nada também. Então seguimos todos juntos em direção a Iquique.


Acordamos cedo (nem sei mais o que é cedo), colocamos a bagagem na moto e para variar, só um pouquinho, o Costa estava com problema de óleo... não tinha uma gota.
Providenciamos, ao invés de completar somente, a troca. Assim ele poderia seguir viagem sem se preocupar mais.
Fomos a uma oficina local que o cara além de trocar o óleo e cobrar honestamente, ainda trocou a lâmpada do Afranio que queimou no caminho. Um sol escaldante e aquela poeira de San Pedro do Atacama começou a tomar conta.

Esqueci de dizer que certas coisas não mudam, o Chiquito pedindo informação e conferindo com o GPS e por fim, adotando o caminho do meio que nos leva à lugar nenhum.
Decidi assumir a frente com meu GPS, coloquei os mapas do JJ Gancho e chegamos ao posto (Claro que se perdendo antes...para eu pagar a língua...) e de quebra, à fórceps, introduzimos o Chiquito a uma estradinha de terra bem surrada. Ele saiu de lá parecendo o Juca Bala... hehehe.

Alteramos o roteiro inicial que seria subir pela rota 5. Cruzamos a rota 5 em direção ao pacifico para subir pela 1.

Recomendo a todos que gostam de moto que façam este trajeto. Apesar da estrada ser um pouco entediante, devido a algumas centenas de KMs em linha reta, é possível apreciar as paisagens que não vemos facilmente. Pode ser de HD, BMW, Biz, CG, qq uma faz. Não garanto que vc permaneça em cima dela quando pegar um vento lateral, mas baseado nas condições do asfalto, é super tranquilo.
A sensação é realmente que estamos cruzando Marte (tinha razão Luizão, Marte foi a melhor definição pro cenário) tudo é muito árido e rochoso. Me chamou a atenção os inúmeros KMs sem nada de verde, eu digo, nada MESMO. Os redemoinhos que são formados no deserto são bem interessantes e eu nunca os havia visto, são nano Katrinas …(uscita , sinistro). Mas num sai em foto, é muito longe e aerado.

Durante o trajeto me lembrei de um grande amigo, pois a primeira expedição de Harley que realizei foi com o Fabião (Fabio Testte), pegamos duas HDs em San Diego e demos algumas voltas por lá mesmo. É isso amigão...fire in the whole!

Estou voltando para casa além de mais KMs rodados, muito menos ignorante em termos de Agro business. O intercomunicador foi o meio que me propiciou isto. O Afranio veio me dando inúmeras aulas sobre cana (de açúcar), café, terras, preços de produção e etc ... e pasmem: A galinha coloca mais de um ovo por dia e ele não sai duro! (permitam-me errar nos detalhes, ok? Eu sempre achei que leite dava na prateleira e pernil fosse ave).
Estes foram exemplos simples... realmente foram INÚMERAS explanações.

Bom, continuemos...

Tocamos o pau à Iquique e quando nos encontramos com o Pacífico, resolvemos almoçar aquele dia em Tocopilla.
Após o almoço seria barbada, pois apenas 190KM nos separariam de Iquique. Estes 190KM renderam mais 7 hs de viagem.
Num dava para ir rápido, a paisagem era fenomenal, a estrada sinuosa e etc... tava tudo perfeito... até que :
Controle Obrigatório.
1) Aduana
2) Carabineiros do Chichichi lelele viva Chile ¡

E a placa: Estamos parados por melhores salários.
Pois é, abriam as fronteiras a cada duas horas somente e adivinhem que horas era: 17:01. A próxima só as 7.



Foram duas horas bem aproveitadas, muita conversa fiada. Incluindo um caminhoneiro Chileno que morou no Brasil por alguns anos. Logo, surgiu a pauta: As estradas pagas da Argentina.
Chegamos a conclusão que todas as estradas são pagas na America Latina, via pedágio ou Contribución con la pintura. Isto foi concluído com muitos risos claro e só então entendi a referencia que o Neil Pert ( o baterista do Rush , que fez o transito entre as turnês da America Latina de moto também) as estradas pagas no Brasil e as Argentinas Pagas.
Discutimos a idéia de começar a pedir recibos e este caminhoneiro disse que funciona. Quando contribuirmos para La Pintura, devemos responder: Sí, por supuesto. Credo que tenga un recibo para nosoutros entonses…
Segundo este Señor, a contribución no tiene necesidad.

Abriu-se a aduana e tocamos em frente, a viagem não rendeu (que ótimo, muitas fotos ).

Chegamos a Iquique e toca achar hotel. Conseguimos somente um apartamento com três quartos onde dividimos como sempre.
Os motores a Diesel de alta potência e som de baixo Grau de abafamento em um quarto (Chiquito e eu), e os motores japonês nos outros dois.

Para variar estávamos pregados... BMW também cansa... É mais uma lenda desvendada. Vou integrar o Mith Busters, e posso começar com:

- Equipamento da BMW é excelente.
Muitos defeito. Não é impermeável mesmo que esteja escrito na caixa, catálogo ou internet. A Mala de alumínio entra água, o traje de astronauta do Costa também e a mala do Afranio.

Continuo depois com mais detalhes... até...

Inicio de Viagem - Hasta Dia 4

Salve , salve , simpatia......
Demorou , mas quem é vivo e com 2800 km em três dias, sempre aparece......
Já estou me lembrando da bunda de gorila e de algumas coisitas mais da última viagem.....
No primeiro dia de viagem já alcançamos a incrível marca de 1100 km, SP -> Foz Iguaçu. Isto foi incrIvel. Média de 97km/h no trecho, contando com 10 pedágiose trës abastecidas.
Saimos de SP as 7 da manhã e tocamos pela Castelo, pegamos o Afrânio um pouco à frente de Avaré, Km 265 e daí seguimos.
A estrada é fantástica, há alguns anos não seguia para o Sul pelo oeste do estado. Apesar dos pedágios, a viagem se justifica.
Andar por este Brasilzão é demais mesmo. Qta terra tem isto aqui, isto porque apenas cortamos SP e Paraná.
Putz, que paisagens e que paz andar neste trecho. Não serei redundante em descrever as paisagens, apenas escute o hino nacional ao que refere-se à descrição de nossas terras, ou melhor, as terras da Cosan, Cargill, Bunge e etc....
A viagem foi bem tranquila e tivemos apenas uma perda e reecontro no mesmo trecho seguindo para Maringá.
Fui batizado ao parar no hotel, o pezinho da moto voltou e "cataplafe"...... Lembrei-me de Chico Buarque ou MPB4: Tá lá uma BM estendida no chão ( som de cavaquinho ....a versão original é onde BM leia corpo....)
Fire in the whole.....na última viagem saí ileso, mas nesta já fui cobrado logo no início.... Entretanto, nada mais me aconteceu, meu Panzer e eu nem sequer tivemos uma crise na relação.
Dia seguinte, aduana Argentina...
Hola que tal ? Que tal ? ... Entendo, mas ainda acho esquisito este Que tal ? Resposta: Que tal?
Prosseguimos sem problemas como de costume. Ainda no estacionamento durante a troca dos Reais por Pesos Argentinos, que últimamente se tornaram Pesos bem leves, chuva.....
Pensei comigo, de novo não....na ultima viagem foram 7 dias de chuvas torrenciais.
Vamonos todos Carajo....

Acatei a sugestão do Costa durante a viagem que estariamos na Argentina e troquei a bandeira Brasileira pela faixa: " Nós temos astronauta". Brincadeira, mas a idéia foi ótima...rsrsrsrs

( Enquanto escrevo o Chiquito ronca uníssonoamente ... )

Dormimos em Resistência, após um dia com média de 95km/h.
Foi sussa, hotelzinho meia boca, mas um preço honesto.
Fato curioso se deu na cidade onde os cruzamentos parecem roletas russas...todos passam a toda, sem olhar e não houve nenhum acidente. Descobri que, Deus protege os bebados, as criancinhas e os motoristas de Resistencia.
Na estrada foi um desfile de carros clássicos, Fiat 147, Fiat 147 SW, Fiat 147 Sedan, Gordinis, Falcons, Pegeuots 0.101 e assim vai...... A Argentina é o exemplo de onde os carros são fabricados para durar...

Saindo de Resistência tocamos pau pra San Juan de Jujuy.
Viagem tranquila sem muito a dizer com a ressalva de que passamos por Taboão da Serra antes de chegar lá. O destaque do dia se deu pelo jantar que foi sensacional.

De Jujuy rumo a San Pedro de Atacama...
Aí sim né, um passeio à parte. As cordilheiras são fantásticas e como a vegetação muda ao passo que nos aproximamos do deserto. Rodar 500km hj demorou devido as paradas e as sessões de fotos. Muito show de bola mesmo. A estrada convida vc a acelerar e as curvas são excelentes.
O que pega mesmo é altitude, quando bate os 4000m a cabeça pesa e começamos a sentir um certo "barato". Melhor foi ver o Costa "bebado" com o barato da montanha. Subimos ainda mais, a 5400km, para então após fazermos a aduana na Argentina.
Conheci o tal da Llama, bichinho esquisito viu ....parece um veado peludo, ou um jegue com cabeca de ovelha...sei lah.

A aduana em Paso de Jama é uma piada...
Primeiro : passa num sujeito que preenche uma ficha e te manda para a Aduana.
Donde es la aduana ?
O sujeito responde: Ali....
Fomos à aduana preenchemos mais alguns formulários e ao final : Te vas con estas ojas para la imigracion.
Pergunta: Donde es la imigracion?
Resposta: Aqui, na mesa do lado.
Fomos à imigração e após pedir-nos os mesmos documentos da triagem e da aduana, voltamos ao posto inicial para entregar o formulário inicialmente preenchido pelo mesmo sujeito , mas agora com três carimbos diferentes.
Bom, continuemos a San Pedro do Atacama, ou San Tome de Las Letras....um zilhão de bichos grilos do mundo inteiro e pasmem: Aniversário da Cidade com direito a festival de música andina. Tarde da noite ouvindo aquelas músicas da flautinha....
Encontramos uns Brazucas aqui em San Tome de Las Letras. Eles estão fazendo o trajeto contrário ao nosso.
Estariam indo pra Bolivia pra visitar o Salar de Yunyui... Algo assim; só nome indIgena por aqui; e fiquei tentado a ir com os caras, tentado mesmo. Pois o roteiro é espetacular e este Salar é o maior do mundo, 41000km2.
Mas fui o único realmente disposto a ir e titubei, mas confesso que deveria ter ido e depois encontraria o povo três dias à frente em Machu Pichu , ou talvez nem encontrasse.
Bom, foi isso até agora. Até a próxima comunicação.

Até dia 20/11 - As preliminares

Bom dia a todos,

Mais uma atualização de nossa próxima viagem. Até agora os preparativos deram trabalho. A idéia fantástica de adquirir uma nova moto nova faltando apenas 30 dias para fazer esta viagem tornou-se questionável nas últimas semanas, principalmente quando destes 30 dias , 20 deles eu estava viajando.

Pra variar, teremos na mala alguns objetos inusitados para a jornada: Reparo de Pneu ( Mas qual a graça ? O Costa comprou a produção do mês do bicicleteiro), Bomba de Pneu ( concordo, depois que comprei fiz a mesma pergunta ), óleo ( inacreditável né, a GS A que até eu comprar tinha a lenda de ser um Panzer... baixa óleo), fita pra reboque ( existe o risco de colocarmos a moto num pau d'arara no Peru pro Acre ), Carteira Internacional de Vacinação ( dá-lhe febre amarela ), lanterna ( ??? ), chaves Torx ( pra quê ? Num entendo lhufas da moto, mas vai saber né ), a bandeirinha do Brasil já tá na mala....( hehehe, mas este ano será menor, não tem onde colocar a original), a touca Peruana pra fazermos um solo de Flauta nas Cordilheiras ( Luizão, kd vc ? . Já negociamos um show dos Los Carajos contendo um repertório de Ray Connif que se chama : "Flautas em Sol Maior"). Entretanto, não estou levando muita coisa não, afinal se faltar algo, o Chiquito terá o que falta ( que possui a bolsa do gato Felix: acha-se de tudo lá dentro).

Extensão de seguro, Carta Verde, vacinas e revisão da moto estão prontas.

Em relação aos viajantes, temos confirmados até o momento: Eu ( é claro; e tudo indica que um dos novos Fazedores de Chuva, chuva esta que deverá acontecer em 2011 ou 2012 ) , Costa, Chiquito, Afrânio e Wlamir.

O roteiro está previsto para durar 20 dias, de 20/11 a 10/12. Bom, vou parar de conversa fiada e aí vai o trajeto: