sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Caldas Novas e São Paulo


Rumo à última parada antes do fim da viagem. Neste momento se inicia um clima nostálgico entre nós. Todos já percebemos que nossa expedição está chegando ao fim e isto é algo que pega forte. Fazemos esta viagem uma vez por ano e sabíamos que teremos que esperar mais um ano para poder repetir a dose.
Por outro lado, a saudade de nossas familias e amigos também aumenta proporcionalmente ao sentimento nostálgico, compensando assim a tristeza.

Entramos no estado de Goias e como haviam nos dito, as estradas são realmente muito melhores que as do Mato Grosso. Após os primeiros 250km paramos para abastecer e comer algum Jesus me chama. Eu comi , mas Jesus não me chamou....ainda bem.
Durante a parada encontramos um português com uma Suzuki Savage com um saco plástico preto enrolado no farol. Logo pensamos, deve ser pra não ofuscar os outros ooopá ! hehehe.
O Afrânio fez uma pergunta ótima:
-Amigo, estamos sempre na estrada e sempre aprendendo né, você poderia nos explicar o porque deste saco plástico preto enrolado no farol?
O sujeito responde:
-Ora pois, a po$%#@ do farol caiu depois que eu passei num buraco ali atrás, então usei o saco plástico para segurá-lo.
Ficamos surpresos, pois fazia sentido .....(rsrsrsrs).
Continuamos a viagem e fiquei impressionado, pois nunca havia visto aquilo antes, as fazendas de soja são intermináveis, são tão extensas que não se pode ver o fim da fazenda em ambos os lados. Soja, soja, soja, soja e mais soja......
O visual era fantástico e pôde ser notado ainda mais já que as estradas eram transitáveis e estavam em melhores condições que as recém transitadas.
O dia foi tranquilo com uma ressalva ao sol que voltou a castigar, nada comparado com os 39 graus já registrados, mas bateu seus 34 sem dúvida.
O dia passou rápido e ficamos sabendo que dois amigos nos encontrariam em Caldas Novas para nos dar as boas vindas, Wlamir e Felipe.
Já perto de Caldas Novas, cerca de 250 km, decidimos pegara algumas estradas secundárias em direção ao destino. O que foi uma grande surpresa porque a paisagem era inacreditável de tão bonita, o céu parecia que estava em contato com o chão devido a extensão das planícies. Uma viagem pelo Brasil está em nossos planos e tenho certeza que não deixará absolutamente nada devendo para o que vimos na Argentina, Chile e Peru.
A variedade de natureza e geografia que temos no Brasil é insuperável e quem me conhece sabe que eu sou um apaixonado por este país, com todos os defeitos e qualidades. O que me entristece é ver como tratamos os cidadãos que aqui vivem.
Como este é o último trecho, gostaria de escrever de maneira sucinta e plagiada o que vimos desde que iniciamos a viagem pelo lado Brasileiro:
(http://letras.terra.com.br/silas-de-oliveira/762910/)

Aquarela Brasileira
Composição: Silas De Oliveira

Vejam esta maravilha de cenário
É um episódio relicário
Que o artista num sonho genial
Escolheu pra este carnaval
E o asfalto como passarela
Será a tela do Brasil em forma de aquarela
Passeando pelas cercanias do Amazonas
Conheci vastos seringais
No Pará a ilha de Marajó
E a velha cabana do Timbó.
Caminhando ainda um pouco mais
Deparei com lindos coqueirais
Estava no Ceará,terra de Irapuã
De Iracema e Tupa.
Fiquei radiante de alegria
Quando cheguei na Bahia
Bahia de Castro Alves,do acarajé
Das noites de magia do cadomblé
Depois de atravessar as matas do Ipu
Assisti em Pernambuco
A festa do frevo e do maracatu.
Brasília tem o seu destaque
Na arte,na Beleza e arquitetura
Feitiço de garoa pela serra
São Paulo engrandece a nossa terra
Do leste por todo centro-oeste
Tudo é belo e tem lindo matiz
O Rio do samba e das batucadas
Dos malandros e mulatas
De requebros febris
Brasil,
Essas nossas verdes matas
Cachoeiras e cascatas
De colorido sutil
E este lindo céu azul de anil
Emolduram em aquarela o meu Brasil.

Já quase chegando em Caldas Novas me descudei por um segundo durante um momento que esticava as pernas e meu pé acertou um daqueles olhos de gato na estrada, a pancada foi forte e doeu muito. Pelo deslocamento e pela bambeada que a moto deu, o Costa que vinha atrás de mim, achou que eu tivesse quebrado a perna e eu pensei que tinha apenas deslocado o joelho.
A bota que eu tenho é uma Alpine Star e pra terem idéia, ela rasgou o couro da parte da frente da bota.
Realmente a dor era brava, mas optei por não parar a moto e quando paramos pude ver o estado da bota e que minha perna estava toda lá e sem inchaço, foi só a pancada mesmo.
Por sorte, decidimos ficar em Caldas Novas um dia para descansar e chegar á São Paulo zerado. Isto me ajudou a diminuir a dor e até não senti-la mais.
Ficamos em Caldas Novas cozinhando e descansando por um dia, o que foi muito bom, pois além de descansar, curei a dor recém adquirida, colocamos o papo em dia e introduzimos a idéia para uma nova viagem.
No dia seguinte acordamos bem cedo e tocamos pra São Paulo. Ao entrar no estado já vemos porque São Paulo tem a força que tem.
Chegamos em São Paulo por volta das 16:00hs . Era o fim, ou melhor, o início de mais uma viagem de " Los Carajos ".


























quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Ariquemes, Pontes e Lacerda e Rondonópolis

Andale , andale, andale .....

Agora chegou o ponto onde o objetivo é voltar, voltar e voltar...
Já percorremos mais de 6000 km e o cansaço começou a aparecer.
De Rio Branco tínhamos o objetivo principal de ir à Porto Velho, cerca de de 500 km de distância. Entretanto, achamos que poderia ser possível avançarmos um pouco mais. O próximo objetivo seria então Ariquemes em Rondônia. A dúvida principal tangia as condições da estrada até lá e se seria possível rodarmos 700 km naquele calor que é insuportável. Naquele mesmo dia registraríamos mais de 39 graus na estrada. Imaginem 39 graus, debaixo de sol o dia todo e com a estrada ruim! Seria horrível , não ?
Não, FOI HORRÍVEL !

A estrada era boa e sem nenhum problema, alguns trechos remendados mas nada comparado o que iríamos ver mais à frente entre Cuiabá e Rondonópolis. Foi realmente um desafio rodar naquele calor por tanto tempo. Abri a viseira do capacete algumas vezes, a sensação era que o rosto ia sendo queimado aos poucos não pelo sol mas sim pelo bafo quente proveniente da estrada. Julguei melhor manter a viseira fechada. As paisagens continuavam sendo muito bonitas apesar do calor escaldante. Mantive três garrafas de água no meu tank's bag que sumiram rapidamente.
Neste trecho, infelizmente pouca coisa restou para comentar além do calor e das estradas.

O destaque do dia ficou por conta do jantar em Ariquemes. Fomos à um restaurante chamado Arpoador ou Ancoradouro, não lembro do lugar e sim somente a associação que fiz ao rio que chegando na cidade descobri que não existia.
O rango foi excelente e comemos alguns peixes que eu não conhecia, Tucunaré e Costelinha de Tambaqui.

Tiramos fotos dos peixes que foram pescados em lagoa e que ao que nos consta é proibido por lei.



Interpelamos o restaurante sobre esta proibição e a dona alegou categoricamente que o peixe era comprado de um criador que os tinha em cativeiro. Sei lá e este cativeiro devia ser bem grande pois o sujeito tinha um belo barco amarrado à picape.

O peixe era ótimo e os acompanhamentos ainda mais ...que delícia....eu e meu estômago de avestruz nos deliciamos com o jantar apesar de ter passado um dia "apertado".



Nem tudo são flores no mundo de Alice, apesar do jantar ter sido muito bom, estávamos irritadiços devido ao calor e o sofrimento do dia. Era iminente alguma discussão caso alguma farpa fosse solta. Muitas reclamações por todas as partes e que só foram percebidas após um dos integrantes nos chamar a atenção.
De repente, um momento de estresse e ainda bem que ele existiu. Pudemos colocar algumas coisas no trilho novamente e a maturidade do grupo prevaleceu.

No dia seguinte, tudo resolvido e o momento crítico já havia sido ponderado e superado. Fomos rumo à Rondonópolis com parada em alguma cidade que ficasse no trajeto até lá.

Tivemos que parar por alguns minutos, ou uma hora, para atravessar o Madeira-Mamoré. Pasmem, mas após a ferrovia construída em 1912 ainda não temos uma ponte para seguir viagem via terrestre.
Este tempo serviu para batermos um papo com o pessoal e explorar o novo roteiro de 2011.
Ficamos sabendo também que a balsa tem encalhado devido as secas, acreditem ou não, caminhoneiros nos disseram que chegam a ficar 12 horas para atravessar naquele trecho. Outros, afirmaram ficar encalhados durante a passagem ....uma piada.












Decidimos parar em Pontes e Lacerda após um dia ótimo de "pilotagem".



O único incidente foi um sujeito parado à frente de um caminhão empunhando uma arma. Não sabíamos se era assalto ou escolta do caminhão, mas tá aí registrado.
O objetivo era de certo Alto do Aguari, mas as condições da estrada nos fizeram parar em Rondonópolis.

Os caminhões faziam filas intermináveis e a ultrapassagem era um exercício de egoísmo e arrojo. Era impossível manter-nos a unidade do grupo, tinhamos que passar um caminhão por ver e este processo durou o dia todo.

Algumas observações aqui. É uma vergonha um país do tamanho do Brasil e com o PIB que temos ter naquela região um estrada tão ruim e naquelas condições de preservação. É revoltante ver que uma estrada que serve de via para escoamento das safras de grãos ter uma pista que vai e outra que vem, totalmente esburacada e sem as mínimas condições de transitação. Pior ainda é ter que se referir a este tipo problema no ano de 2010. Realmente, merecemos o governo que temos. O mundo discute energias alternativas, meios de transportes coletivos e mais eficientes, aqui discutimos se a estrada é boa ou ruim. Inaceitável.
Jogamos bilhões de dinheiros no lixo todo ano com um infinidade de futilidades e desperdícios. Ver o turismo e as estradas no Peru, Argentina e Chile nos faz questionar em que patamar este país realmente está.
Fiz meu desabafo e agradeci somente naquele momento ter feito a viagem em uma Big Trail, pois caso não o fosse, demoraria 3x mais tempo e não sei em que condições faria e terminaria este trecho.

No dia seguinte iríamos para Caldas Novas, 810 km de onde estávamos e torcíamos para que as estradas fossem boas. A informação de que eram já tínhamos recebidos , mas ....

Puerto Maldonado ao estado do Acre

Acre ? Só conhecia no mapa ....pois é, ele existe !

Dia D, da Madre D Dios.
Logo de manhã, insuportáveis 32 graus. Eu sei que não parece muito quente, mas adicione os equipamentos e roupas de motos sobre você...

Fomos ao encontro das balsas que nos levaria ao outro lado do rio, pois a ponte na Inter-Oceânica ainda não esta pronta. Pra falar a verdade, os relatos acerca da travessia são muito mais exagerados do que ela realmente é. Sem dúvida é um momento tenso, pois a infra-estrutura para subir e descer da balsa é precária e imaginei aquilo em dias de chuva, somados
aos caminhões, balsas transportando areias, caminhonetes e etc.



Chegamos à temida e fomos entrando como de praxe. Escutei o Chiquito gritando lá de trás : Escolha a grande ! Escolha a grande !
Tarde demais, o Afrânio já havia embicado a moto na balsa pequena, numa pirambeira de barro onde acabava de descer uma "Belina" carregada de coisas e pessoas para encarar a balsinha.
Quando vi aquilo pensei: Moleza ....
Moleza foi ver a Belina descendo, porque ajudar o Afrânio a manobrar a moto pra subir debaixo dos 35 graus não foi nada moleza .....10km de corrida não era equivalente a 30 seg. empurrando aquela moto.


E foi mesmo, nenhum incidente e susto, subimos na grande como pediu o Chiquito e tudo correu bem. Ainda pudemos apreciar a inacabada construção da Golden Gate Latina sobre o rio Madre de Dios:

O destaque ficou por conta do novo relacionamento do Costa desenvolvido durante muitos kms de viagem. Realmente, surgiu algo novo e sincero neste trajeto.




Tocamos pro Acre após toda esta travessia, confissões e revelações emocionais.
Chegamos na fronteira Peru-Acre e foi uma surpresa, o Acre existe e finalmente o conhecemos.
Já em Brasiléia descobrimos que há uma zona franca na Bolívia e decidimos conhecer a tal. Podemos dizer que ao nosso ver foi uma grande perda de tempo, a maioria dos produtos era do tipo "tlinta e tleis" e precisava garimpar muito para achar algo que valia a pena. Saímos de lá como entramos e seguimos em frente.
No caminho paramos para tomar café e comer uma broa de milho com um pãozinho de queijo. Vale a ressalva porque estava tudo delicioso e a cena do Afrânio sentado à porta em uma cadeira de balanço valia a foto.



O resto da viagem até Rio Branco foi bem tranqüila e sem surpresas. A estrada estava muito boa e fora o calor que castigou muito o dia todo não tivemos nenhum desconforto. Chegamos à Rio Branco no começo da noite e fomos buscar logo um hotel e assim findou-se a jornada até Rio Branco.



A desconhecida Inter-Oceânica


Deixamos a cidade Diesel para trás. Me refiro a Cuzco. As cidades peruanas possuem um cheiro insuportável de diesel devido aos carros, vans e caminhões que são em sua maioria a diesel e sem ajuste algum no motor. Por isso o cheiro forte e abundante na cidade.

Nosso destino era Puerto Maldonado, cerca de 430km de Cuzco e iríamos pela Inter-oceânica.
Tivemos que voltar um pouco na estrada que havíamos seguido de Puno a Cuzco, pois a saída estava à alguns kms de Cuzco. Para quem não nos conhece, na foto abaixo podemos ver da esquerda pra direita : Afrânio, Costa, Chiquito e Hachide.


Bom, veríamos o que nos esperava neste trecho. Pouco antes de sair recebíamos informações sobre a passagem de pequenos rios, trechos de barro, cascalho, pontes mal acabadas e etc. Apesar de termos motores de 100cv em cada moto, não seria fácil, pois como diria o comercial da Pirelli : Potência não é nada sem controle ! haaha.

Tocamos o barco e mais uma vez fomos agraciados pela paisagem, uma vez mais repito que os amantes de motocicletas devem fazer este trecho. O visual é inesquecível e o contraste que vemos saindo das cidades para as cidades do campo é simplesmente incrível.



A viagem correu bem e não tivemos nenhum contra-tempo. A surpresa mesmo ficou em sair de uma paisagem fria e árida para a entrada na Amazônia Peruana. Comparativamente é como sair de um abiente temático e entrar em outro. De repente, quando chegamos perto do nível do mar, a paisagem se transforma por completo. A temperatura finalmente sai dos constantes 8 a 14 graus para os 35. Só se vê verde e uma vegetação densa em torno da estrada, que é um convite a virar o cabo, sem trânsito, o asfalto novíssimo e em perfeito estado.



A estrada está ótima e ainda possui alguns trechos de cascalho bem batido onde se necessita cuidado mas é totalmente transitável com qualquer estilo de moto; menos speed é claro.
Falta alguns trechos para serem acabados mas nada demais, acredito que mais 30 ou 60 dias estará tudo pronto. A surpresa ficou por conta de sabermos que toda a obra foi paga pelo governo brasileiro via convênio Internacional com a unica exigência de que fosse construída por empresas brasileiras, Camargo Correa neste caso. Tire suas conclusões.
Curioso é que fora do país parece que a qualidade é muito superior as que constroem aqui. Existe uma quantidade impressionante de pessoas que cuidam da estrada, parece praticamente uma indústria para a população local. Uma ressalva, não esqueça de encher o tanque e observar a autonomia das motos antes ingressar nela.

Seguimos alguns kms ( 200 - 300km, em uma viagem de 10000km , 200 - 300 é como uma volta no quarteirão ) e começamos observar algumas comunidades no meio da selva, onde podíamos ver alguns clarões na mata, muitas pessoas circulando em torno da estrada e uma infinidade de motos também, motores a diesel para serem reparados, assim como tanques de combustíveis e etc. Ficamos pensando que diabos era aquilo, as motos não tinham placas, as pessoas tomando banhos nos rios da região que eram vistos da estrada onde circulávamos.
Depois fiquei sabendo o que o Chiquito pensou : "Nossa, eles retiram areia daqui para vender ....."
Alguns instantes depois, o Afrânio me chama no rádio e diz:
-Hachide, você viu que isto é uma zona de garimpo ?

Nossa, garimpo ???? Que diabos .....

A região era cruel ( feia ) e algumas coisas passaram a se encaixar, os tanques e motores de diesel, as ilhas de areia, as motos sem placa e etc .....
Não fiquei preocupado à princípio, mas temi pelo Chiquito, pois ele podia a qualquer momento parar para comprar uma manga, água ou simplesmente pedir informação para verificar se o GPS dele estava certo ( o que seria algo inusitado e inédito ).
Elucubramos o quanto seria exótico ter 4 GSs naquele lugar .....
Seguimos sem problemas, mas deixamos todos do grupo avisados sobre a área.

Enfim, chegamos à Puerto Maldonado. Não esperando nada demais é claro. A cidade parece uma cidade do velho-oeste dos filmes. Aquela poeira subindo, grande parte das ruas sem asfalto e somente chão batido. Um zilhão de motos circulando pra cima e pra baixo naquele trânsito caótico do Peru. Paramos pra abastecer , com um calor escaldante, escaldante mesmo, e já mandamos a clássica:
-Donde estás lo mejor hotel de la ciudad ?

Não queríamos luxo, mas pelo naipe da cidade o dito hotel devia ser mais ou menos aceitável.
Recebemos a indicação de onde seria o tal hotel onde ficariam os ministros que visitavam Puerto Maldonado. Chegamos no hotel Kinta, bom hotel, preço razoável e boas instalações. Entretanto, suponho que os "ministros" não compartilhavam a mesma opinião.
Tomamos um banho e ficamos no hotel mesmo, tomamos uma Cusqueña a 13 graus, pois o freezer não gelava mais que isto e jantamos por lá. No dia seguinte, o Chiquito enfrentaria um dos seus desafios pessoais o rio : La Madre de Dios ...

Já o Afrânio, em suas próprias palavras , definiu este trecho como segue:

[...] Hoje meus amigos mostraram que são bons motoqueiros, pois havia milhares de curvas, sol e neve nos picos. Estivemos a 4725 mts com calor de 35 e frio de 2 graus, asfalto novo, poeira, pedregulho,ponte só com linha para o pneu e mais milhares de curvas. Descemos para 200 mts estrada de terra com pedregulho, zona de garimpo para passar ,chuva e enfim chegamos a Puerto Maldonado após 530 km. ( BUENO, AFRÂNIO; 2010 )


domingo, 5 de dezembro de 2010

Cuzco - Machu Pichu

Saimos de Puno após o passeio no Lego Titicaca. Isso era por volta das duas horas , uma vez que paramos pra almocar no hotel , tostex, coca-cola e Sorojcheps. Eu e o Afranio tentamos ir no dia seguinte, utilizando uma estratégia do tipo " nossa, que calor, nossa que moleza", mas não colou.Fomos para Cuzco saindo de Puno.
Imaginamos que seria uma tortura devido ao calor e etc. Surpreendentemente a viagem foi ótima e a paisagem também. Entramos nas cordilheiras e fomos agora trafegando pela parte de baixo. Show de bola, as fotos só poderão ser vistas qdo chegarmos a SP, já que estão na maquina fotográfica.Chegamos perto de Cuzco ao anoitecer , graças a Deus, porque a parte que conseguimos ver até chegar lá era linda, mas a entrada da cidade......Não foi difícil achar o hotel que nos foi recomendado e que ficava perto do centro. O centro de Cuzco é bem arrumado e bonito. O tradicional centro histórico ... ruas estreitas, praça, prédios antigos utilizados como sedes públicas, pedintes e etc.Uma cidade arrumada, limpa e bem cuidada, quero dizer, um centro bem arrumado, limpo e etc.
Chegamos no hotel após apanhar um pouco com as informações do guardas turísticos. A informação era boa, mas nosso espanhol/Inka Veneziano/Uros , não. Decidimos ficar em Cuzco pra ver melhor a cidade e comprar as passagens pra Machu-Pichu. Havia muitas sugestões para fazer este passeio. Alguns recomendavam pegar o trem de Olantataymbo para Machu-Pichu, outros de Aguas Calientes, outros de Cuzco mesmo. Entendemos as diferenças desta maneira:
-De Cuzco : Muito boa;
-Olamtaytambo: Mais trabalho;
-Aguas Calientes: Só mais trabalho;

Mas a diferença é a seguinte: Se pegar o trem na cidade de Olamtaytambo, precisa-se pegar um taxi que demora uma hora e meia de Cuzco, porém o trem demoraria duas e meia.Se houvesse o desejo de subir a Wana Pichu, a montanha mais alta dentro das ruínas do sítio, vc tinha que dormir em Águas Calientes, pois sobem no pico somente 400 pessoas por dia. Portanto, precisa chegar cedo.

São 700 metros de altura, cerca de 2000 degraus, a 4000 m de altura. Baita passeio legal né! Qdo fizer, me fala como foi. Passei esta, mesmo que com uma vontadezinha remota....

Pegamos o trem e tocamos pra Machu-Pichu.A viagem de trem é bem legal, café e etc. O trem é panorâmico e a cada passagem pelos vilarejos um salve-se quem puder. Claro que antes do trem parar vem o "lujinha" de prendas.


Após desembarcar, pegamos mais um ônibus para o topo de Machu-Pichu. Meus caros, uma pirambeira inacreditavel.O Mercedinho vai subindo rápido, pulando e fazendo as curvas de dar arrepios, só passava um é claro.
Chegamos às ruínas, contratamos um guia e fizemos o tour ( a descrição, fotos e o lugar todos conhecem por foto, documentário e etc ). Na volta, pegamos o mesmo ônibus para descer.Ver o precipício à beira de cada curva foi como andar nas dunas de Natal, o próximo pensamento era sempre o de como eu vou me acidentar, pois o quando era certo e iminente. Na vila de Machu-Pichu ( sem comentários, pois as lágrimas correm. Era triste ) conseguimos comer uma Pizza, era o que dava. Entretanto, achamos um membro do "Missing Peruvian Flute Band" que estava desaparecido há mais de uma década.


Entramos no trem e após um bom tempo chegamos à estação de Olantaytambo onde devíamos pegar um taxi para Cuzco.Você não está lendo errado, um taxi mesmo.A viagem de trem de volta foi uma zona, um monte de mochileiros mundiças que voltavam de suas trilhas Rumo ao Império Inka da Canabis Ativas, aquelas caras que só uma pessoa que andou o dia todo tem. Rosto de terra, disfarçada por uma água na região da face, mas com resquícios de terra nas orelhas, sobrancelhas e etc.O trem era um barulheira, pois todos compartilhavam suas experiências místicas ( ao meu ver era pura insolação ) e o futum oriundo dos pés dominava o ambiente. Suecos, americanos e patrícios meus e do Costa compunham a cena desesperadora. Eu dei uma baita sorte e sentei em uma poltrona solo, o Afranio e o Chiquito não. O Costa veio num papo animado com uns gaijos de Cascais. Eu, alienado como um adolescente, liguei meu Iphod e liguei o botãozinho, desta maneira pude escrever parte do texto até Iquique.

Já no taxi, eu fui na frente de volta à Cuzco. A ignorância é um conforto.O pessoal veio dormindo no banco de trás e eu acordado e rezando no banco da frente. O taxista fazia o sinal da cruz cada vez que ele via uma casinha e eu fazia duas, uma pela pessoa homenageada pela casinha com a cruz e outra por mim mesmo. Quando ele parou o taxi, me deu vontade de reviver a saga espanhola com o povo Inka.No próximo dia, iríamos à Puerto Maldonado pela famosa e inexplorada ( devido as inúmeras informações desencontradas ) InterOceânica. Até breve.


sábado, 4 de dezembro de 2010

Iquique, Tacna e Puno ( Editado com mais fatos e fotos )

Após o animo inspirador da recepcionista na chegada de Iquique fomos jantar e voltamos ao apartamento.
O dia seguinte seria tranqüilo em termos de km, mas não em diversão.

Começamos dando uma volta a pé na cidade. Iquique é uma cidade praiana ao norte do Chile. As praias do Chile ao norte são frias e muito diferentes do que vemos no Brasil.



Findado este pequeno passeio pela orla e pelo centro histórico decidimos ir a Zofri (Zona Duty Free) de Iquique. Os produtos são em média 30-40% mais caros que os preços dos States e cerca de 40% mais barato que o Brasil, mas vc realmente tem que gostar de Casio, Samsung e uma ou duas marcas que eu não me lembro.
Após garimparmos bastante saímos com umas coisas na sacola. Entretanto, já era tarde, após as 12hs, e pegar a estrada com mais 400km à frente não era boa idéia. Optamos por ficar um dia mais.
Após discutirmos a idéia chegamos a conclusão que não precisaríamos voltar ao hotel.
Fiquei apreensivo e após ouvir:
- O que eles podem fazer? Colocar nossas coisas na rua?
Afinal, atrasaremos apenas 1 hora do horário inicialmente proposto.
Continuamos no incrível Zofri até as 4hs e seguimos para o almoço. No caminho, paramos no hotel para deixar as coisas e surpresa: Havíamos sido despejados. Nossas coisas estavam em sacos pretos em uma sala abaixo da recepção do hotel. Hahahaah.
Fato: fomos despejados!




A confusão estava armada! Muitas razões e vamos llamar la policia.
"Usted no tenia el derecho de poner nuestras coisas en la calle."
Após muita conversa e confusão o recepcionista disse:
-Escucha, hoy es lo primer dia de trabajo despues de mi vacaciones.
O couro comeu de novo e finalmente conseguimos um novo apartamento com desconto de 30% e fomos jantar.

A janta foi outra epopéia. Primeiro que a indicação do restaurante ficaria na parte nobre da cidade e quando lá chegamos, o restaurante era nada mais que um boteco daqueles.

Entramos, mas foi aquela situação que ninguém diz ao outro que não topava o lugar.
Ficamos e começamos a tomar umas e outras.
A briga se estabeleceu entre quem resistiria ao banheiro, pois sabíamos que se o baño fosse ruim, a cozinha seria um pedaço do inferno: "Hell's Kitchen".
O restaurante era tão bom que houve uma troca de turno de garçons e por conta disto ficamos à ver navios durante uns 20min.
O substituto apareceu e então pedimos os pratos.
Pasmem:
O Chiquito mandou voltar o peixe, afirmando categoricamente que o peixe pedido não era o servido.
E não é que o peixe era outro mesmo!
O garçom fez outro que parecia ser o certo, mas ainda sim estava horrível.
Isto aconteceu depois das idas ao banheiro o que dificultou ainda mais engolir a comida.
Sem mencionar que eu pude ver um inseto que as mulheres odeiam logo ao lado da mesa.
Bom, acabou o jantar e fomos embora.

Dia seguinte todos prontos pra sair, as 5 da madruga e lá vem a boa noticia: O Chiquito esqueceu um pacote no Rubaiar Chileno. Tivemos que esperar o lugar abrir às 11 da manhã para podermos sair.







Goodbye Iquique e a paisagem árida surge novamente.



Fiquei pensando como há tantas pessoas moram ali, pois a situação não parecia ser nada boa. A sensação que tive no ambiente é que estava num grande redemoinho de areia.
Depois de Iquique viria a fronteira Peruana, cruzarmos parte do Atacama de novo e não vou repetir que as paisagens blablabla. (Faça a viagem).
Fato curioso é que em alguns trechos da estrada há uma montoeira de lixo proveniente dos carros e caminhões.
Chegamos ao Peru e dentre todos os postos de fronteira este era o melhor. O mais apresentável sem nenhuma dúvida.



Saindo do Chile parecia que estávamos na Bolívia devido ao biotipo das pessoas. Percebemos há um certo tempo que todas estas pessoas pertencem a população Andina. É impressionante como são parecidas.
Chegamos ao Peru e dormimos em Tacna em um hotel de luxo, dos anos 70. Agora, havia restado apenas a criação de colônia de ácaros e bolor. Não se assustem, era o melhor da cidade.

Na entrada do Hotel encontramos um Peruano que fez mestrado e doutorado no Brasil, Unicamp, e nos reforçou a indicação do hotel.

O Peru é do Peru. O trânsito é inacreditavelmente caótico e harmonioso ao mesmo tempo.
Sei, sei, como assim?
Simples, a buzina come solta.
-Passou um mosquito: Buzina.
-Aproximou-se um carro: Buzina.
-O farol está verde: Buzina.
-O farol vermelho: Buzina.
Entretanto, não há batidas. Creio que as buzinas significam:
-Opa... estou na área.

O quarto era engraçado, o encanamento era uma fonte de água, pois vazava por todos os lados.

Agora, infra a parte, o Peruano é gente boa. Hospitaleiro e simpático. Os caras se desdobram para ajudar. A impressão foi ótima e inacreditavelmente o Fugimori é adorado aqui.
Toyota domina o mercado de automóveis. Existe um convênio com o Japão e os carros são Tax Free.
O Chile tem com a Coréia, logo Kia e Hiunday.
O Brasil com o governo, vc paga 80% de imposto em qq um e alegra-se em pagar o triplo e levar a metade.

Seguimos em direção a Puno, margem do lago Titicaca, apelidado como Tic Tac pelo Costa.
Começamos a subir à altitudes que eu nunca tinha ido antes, 4700 mts de altura e subindo....
No caminho, mais uma vez parcialmente perdidos, perguntei para alguns trabalhadores qual seria a estrada para Puno e nos foi indicada uma estrada que estava zerada, linda e cheia de curvas, o grupo ficou em dúvida devido ao GPS indicar outro caminho ( o velho GPS ), mas toquei o pau ali mesmo e o povo me seguiu. E dá-lhe subida ....subida.....subida .....até chegarmos ao topo de mais um conjunto de montanhas.... inacreditável o cenário...tem que ir pra ver.
Tivemos que parar para colocar a capa de chuva e acabamos por conversar com um trabalhador que estava por ali e nos avisou que chovia há mais de uma semana em Machu-Pichu. Pensamos que podíamos reviver o que passou o ano passado onde as pessoas ficaram isolados devido as chuvas, mas "the show must go on"....
Colocamos a capa de chuva e ficava cada vez mais difícil de respirar....estava completamente zonzo, a sensação de falta de ar é esquisita e sem dúvida nunca mais irei chamar um jogador de futebol de preguiçoso ao vê-los jogar em La Paz, Quito e etc ....
Quando fomos aproximando de outro conjunto de montanhas a situação literalmente "empreteceu" a chuva, a estrada e o clima.
De repente, quando fizemos uma das curvas: "Neve! Das bravas !". Não pude acreditar no que vi, era neve mesmo e um palmo de neve, não era aqueles floquinhos que vimos em Bariloche o ano passado e era assustador.
Eu era o segundo da fila, tendo na minha frente o Afrânio, Chiquito e Costa seguiam logo atrás de mim. Pra minha sorte, eu estava atrás de um baita caminhão de ia abrindo uma trilha na neve e eu nem sonhava em sair daquele rastro.
O Afrânio saiu do trilho e foi para a direita e parou a moto, eu continuei e já não via mais o Costa e Chiquito.
O negócio estava ficando emocionante, o Scala Rider pra variar não funcionou quando precisamos, continuei mudo sem saber o que estava acontecendo. Segui o caminhão mais 1 ou 2 km em cima do rastro deixado por ele e a neve caindo.
Mais á frente, o caminhão parou e eu parei de tabela, fiquei apreensivo no começo mas depois aproveitei pra tirar umas fotos né......aguardei um ano este momento já que no ano passado não tive a chance...














Logo em seguida chegaram o Costa e o Chiquito. Fui até eles e perguntei onde estava o Afrânio e a resposta foi chocante: "Ele ficou"...
Neste momento bateu um momento de pânico, pois não sabíamos como o ajudaríamos naquela situação. O Chiquito gritava pra que o sujeito puxasse o caminhão e eu tentei dizer a mesma coisa em espanhol e confesso que foi inútil. Decidimos então seguir até uma parte que estivesse segura na estrada e aí voltaríamos para ajudar o Afrânio.
Prosseguimos com o plano, dexiamos o Chiquito no pé da estrada ao lado de um telefone e voltamos, Costa e Eu, para ajudar o Afrânio.
Voltando para o pico da montanha e pensando como seria ferro caso nos acontecesse algo vimos o Afrânio descendo a estrada são e salvo..ufa .....ele nem parou e continou descendo enquanto eu e o Costa fizemos a manobra para descer também. Deu tudo certo ....e aí está as fotos de como estava o Afrânio:
















Somente quando nos encontramos entendemos o que passou ( carajo ). Quando ele saiu do trilho do caminhão teve que parar porque a neve estava muito espessa, na tentativa de sair de novo a moto derrapou e foi para o chão. Bom, tudo bem, baita emoção e aventura, mas a viagem continua ....

No caminho da cidade descobrimos um furo no pneu do Chiquito. A moto apitou, mostrou alarme, só faltou gritar: Estou com medo!
Chegamos em Puno e começou aquela buzinação alucinada. Entramos no esquema e da-lhe buzinar. Por nada, tocamos a buzina também.
Deixamos as coisas no hotel na Plaza de Armas que por sinal era excelente nas instalações e no atendimento do staff.
Fomos buscar um borracheiro, na Argentina seria Gomeria, no Chile não sei e no Peru, só Deus sabia e eu, muito menos.
Rodamos a cidade toda para achar um e não achamos.
Meu espanhol que já é de qualidade duvidável ficou ainda pior quando descobri que eles falavam um do dialeto local.
Meu Deus, que zona era aquilo. Buzina, cachorro, feira livre no meio da avenida e o povo andino que aos meus olhos são todos muitíssimo parecidos, espalhados por todo lugar.
Vi algo que mataria um alemão só em entender o que se passava ali. Havia alguns guardas de trânsito "organizando o trafego". A lógica é simples:
Mantenha os carros, animais e moto-taxis andando a qq custo.
Eles apitam, apontam e mandam andar, em todos os sentidos e direções. Imagine isto agora, mais a buzina, os moto-taxis, os cachorros, os carros e etc...
Em Puno, as casas não são rebocadas e a cor das paredes se confundem com as montanhas ao fundo. A cor seria algo como a cor de argila (daltônico... né), a descrição é a mais próxima que achei.
As pessoas parecem muito sofridas. Nas ruas vc vê em sua grande maioria as mulheres trabalhando. Elas usam um chapéu típico da região andina, chale, saia e uma espécie de sacola nas costas que serve para tudo, carregar bebês, carga, flores, comida e etc.
Achei interessante que nas ruas existem muito ambulantes e as mulheres ficam sentadas nas calçadas com o conjunto de chapéu, chale, saia, mais sua posição, isto termina por reproduzir uma mini oca, isso mesmo, uma oca.
O cheiro é muito forte, cheiro de gente impregnado no ar. Muitas pessoas concentradas no mesmo lugar.

Voltando ao gomeiro, borracheiro e finalmente llanteria. Demoramos mais de duas horas rodando na cidade atrás de um e de outro. Conhecemos mecânicos de bestas, kias, motos, coches, autobus, menos borracheiro.
Em uma última tentativa, achamos um. O cara olhou pra moto e disse que não mexeria.
Não pude deixar de notar que o sujeito dava ordens de dentro da borracharia para sua mulher que carregava a roda com o pneu reparado para o veículo, não posso chamar aquilo de carro. Me pareceu que as mulheres andinas trabalham mais que os homens, mas é só uma impressão.
O Chiquito entrou em pânico e disse que não era para tirar a roda e não precisava trocar então.
Visualize toda esta descrição e uma GS Adventure branca com dois sujeitos em cima. Isso mesmo, deixei minha moto na garagem e fui procurar o borracheiro na garupa do Chiquito, e às vezes, ele na minha. Em suma, uma experiência horrorosa.
Voltando ao hotel fui tomar banho e percebi que estava sentindo uma dor de cabeça imensa, vontade de vomitar, tontura e moleza. Pois é, era o mal da altitude. Estávamos a 4200m de altura e rodamos o dia todo nesta altura. Não conseguia nem comer, mas só fui descobrir isto depois que eu tomei uma cápsula santa fornecida pela recepcionista do hotel. O nome da pílula é Sorojcheps.

No dia seguinte, o Chiquito acordou com os mesmos sintomas. Dá-lhe Sorojcheps.

Vamos conhecer o lago Tic Tac, ou Titicaca, ou Quecaca.
O dito cujo, é o maior lago de água doce do mundo e está na divisa com o Peru e Bolívia.





Fomos no barquinho para visitar o Povo de Uros. Mas, que diabos é o Povo de Uros?
O Povo de Uros é uma das três raças da região que vive dentro do lago TicTac em ilhas flutuantes. Estas ilhas são feitas de raízes de alguma planta que eu não sei o nome. Estas pessoas eram refugiadas dos Inkas, Inkas Venezianos inimigos do Nationalo Kido (coisa do Costa), e que para se protegerem se instalaram dentro do lago.
Bom, nosso guia era um Boliviano Típico com bigode de Chinês, uma cara de pinguço e alguns casos no mínimo curiosos:
-Os gatos em Uros mergulham e nadam.
-As crianças aprendem a nadar antes de andar.
-As vacas voam.
-O povo de Uros ainda moram naquelas ilhas.

O passeio foi legal e mais legal ainda foi ver as pessoas de Uros acenando quando vc passava.
Pareciam PlayMobil. Todos iguaizinhos e falando Kamisaraki, kamisaraki.

Vc usa Kamisaraki para:

Bom dia;
Boa tarde;
Boa noite (conforme a ocasião).

Quando vc desembarca na Ilhota, vc visita suas casas, a estrutura da ilhota e claro que é quase coagido a comprar alguma coisa. O guia havia nos dito que as famílias compartilhavam as vendas e etc, portanto não importava de quem vc comprava.





Assim como o gato que nada, a vaca que voa, a criança-peixe, isto era uma lenda. Quando eu, Costa e Chiquito ameaçamos sair da casa deles (só se eles morassem numa barraca de feira-hippie) os playmobils ficaram bravos e tentaram nos convencer a comprar aqueles artesenatos (tristes de feios na minha opinião).

No geral foi legal saber e ver que existiu/existe um povo que mora ou morou daquele jeito.

Acabou o passeio no Lego Titicaca e tocamos para o objetivo principal:
Machu-Pichu.